quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Análise: Silent Hill: Shattered Memories






O estilo “Survivor Horror” era uma novidade no mundo dos games quando a série “Resident Evil” chegou ao mercado em 1996 para o Playstation one da Sony. A mecânica de sobrevivência em clima de tensão e fuga foi o principal motivo para o grande sucesso da franquia que inspirou vários outros games na época, dentre eles o muito bem recepcionado pelo público “Silent Hill”, também lançado para o Playstation. O jogo original foi lançado em 1999 e pegou muita gente de surpresa. Com um terror psicológico baseado na manifestação material do medo através de circunstâncias confusas e grotescas, o game conquistou uma gama considerável de fãs. Tamanho foi o sucesso do game que hoje a franquia conta com seis jogos da série principal e um spin-off (paralelo) que é uma espécie de rememória do primeiro Silent Hill, e recebeu o nome de “Shattered memories”. O lançamento ocorreu em dezembro de 2009 para o Nintendo Wii, PS2 e PSP. Neste artigo trataremos apenas da versão do Wii, que conta com um esquema de jogabilidade diferenciado das versões do PS2 e PSP, além de gráficos mais bem elaborados. Para início de conversa, o jogo foi completamente refeito pela Climax, desenvolvedora do remake. Os caras foram além de um simples upgrade gráfico e resolveram dar personalidade ao título, com uma história paralela e simplesmente chocante.

História:

O jogo começa muito parecido com o original, com um detalhe que vale a pena ser mencionado. Aqui o protagonista está numa espécie de consultório psiquiátrico para relatar aparentemente os fatos que ocorreram no jogo original. É como se fosse uma rememória dos fatos que já ocorreram. Harry Mason sofre um acidente de carro em meio a uma tempestade de neve na cidade Silent Hill e cai inconsciente por algum tempo. Ao despertar, não encontra sua filha, Cheryl Mason, que estava no banco de trás. Harry parte em sua busca pela cidade “vazia”. Você será surpreendido em vários momentos da trama com uma história intrigante, cheia de revira-voltas e com um desfecho que vai deixá-lo de queixo caído. Destaque também para as historinhas paralelas de personagens secundários que tiveram algum fim trágico em Silent Hill. É possível “sentir” a essência dos que se foram quando nos aproximamos de objetos usados por essas pessoas ou mesmo os lugares onde eles se foram. Genial!

Gráficos:
Para os padrões do Wii, "Silent Hill: Shattered Memories" é um jogo bonito. O design é bastante criativo e consegue ser ao mesmo tempo agradável e grotesco. Os efeitos da neve caindo ficaram suaves e os detalhes pelo cenário que complementam o level design ficaram majestosos. Os efeitos de sombra e iluminação também ficaram legais. As animações são fluidas e rodam lisinhas no Wii. Na hora da ação, principalmente quando, em fuga, você corre para abrir uma porta, nota-se uma queda de frames que incomoda às vezes, mas não atrapalha a jogabilidade.

Gameplay:
A mecânica do jogo é bem simples. Vasculhe o ambiente, resolva alguns puzzles para avançar e, quando o cenário se transformar, fuja dos inimigos que aparecerão. A atmosfera do game é toda presa à melancolia e a sensação de impotência é constante, já que não é possível atacar os inimigos. De fato, o que ocorre é que, para sobreviver, você deve apenas correr e se esconder. Não há armas no jogo todo. Você deve avançar pelo cenário até que ele volte ao “normal”. Depois disso o game se resume a apenas revelar o desenvolvimento da história por trás do desaparecimento de Cheryl. Para auxiliar na busca, você tem uma lanterna com o foco controlado pelo pointer do Wii-Remote e um celular que, além de bater fotos, fazer ou receber chamadas e ler mensagens, tem um GPS que permite visualizar o mapa da cidade e sua localização. As fotos tiradas durante o jogo não são essenciais para avançar (a não ser em uma determinada fase em que você deve bater fotos de locais marcados no GPS do celular), mas as mensagens e, mesmo as ligações que você faz para números espalhados pela cidade são fundamentais em alguns momentos para o avanço e entendimento da história.

Áudio:

A parte sonora do game segue o padrão da série. Os gritos de agonia, sons estranhos que denotam medo e o silêncio cortante e a sensação de solidão continuam lá. As dublagens estão de alto nível e não há nada do que reclamar. Mas o forte do jogo são as melodias. Elas ressaltam toda melancolia e tristeza da história. Algumas delas tocam na alma, como a música "Acceptance" cantada por Mary Elizabeth McGlynn (youtube.com/watch?v=cuV20yWpw7E) que é tocada num momento crucial de revelação do jogo.

O veredicto:

O game é espetacular! Só peca no fator longevidade, pois, os mais entusiastas como eu, levam menos de 5 horas para terminá-lo. A possibilidade de vários finais aumenta um pouco o replay do jogo, mas, levando em conta o conjunto da obra, vale à pena a grana investida.

Recomendação: 90%

Nenhum comentário:

Postar um comentário