domingo, 17 de junho de 2012

Nintendo Wii U e Eu: Uma análise pessoal da experiência

A E3 2012 acabou. Há alguns poucos dias, jamais imaginaria que após o evento que "desvendaria" o Wii U, muita gente ficaria insatisfeita com o console e a apresentação da Nintendo. O fato é que quase todos ficamos. Seja por conta da conferência morna, ou pelas grandes expectativas criadas em torno do console, ou até mesmo pela falta de informações técnicas (estrutura online, detalhes de hardware, etc.).

Porém, não podemos julgar a qualidade de uma música por uma má performance em um palco, certo? Pois então, a conferência da Nintendo foi ruim em vários aspectos, como já ressaltado acima. Mas não consigo ver como o console tenderá ao fracasso depois de todas as experiências que tive com o mesmo no show floor, e outras que minha mente automaticamente desenvolvia conforme eu ia jogando.

Quero relatar parte dessas experiências neste texto, usando uma linguagem mais pessoal e até certo ponto informal. Faço questão de começar pelo controle, que mais uma vez quebra a barreira do tradicional.

Quando o vi bem de longe, descansando no primeiro estande visitado, logo percebi que o mesmo era maior que o próprio videogame. Então uma preocupação antiga que me veio à mente após a E3 2011 ganhou nova vida: "Eita... Isso deve pesar muito. Como vou suportá-lo por longas horas de jogatina?" Às vezes é doce estar enganado...





Quando o segurei pela primeira vez, a sensação de leveza era clara e impactante. "Como pode ser tão leve com esse tamanho?", pensei. Me pareceu inclusive mais leve que o próprio iPad, o tablet mais famoso do mercado.

As formas arredondadas ajudam o usuário a segurá-lo com mais firmeza, fazendo dele um dos controles mais anatomicamente confortáveis feitos pela empresa. Exagero? Talvez. Mas o conforto ao segurá-lo e movimentá-lo era real.

Curioso, fui logo apertando os botões e testando a versatilidade proporcionada pelo "novo" layout. "Perfeito", pensei. A sensação de familiaridade estava verdadeiramente presente na disposição dos botões e precisão dos dois analógicos, que agora também servem como botões [ufa!].



O próximo passo foi prestar atenção na tela. Não sei qual é sua resolução final, mas sei que brilha de uma forma majestosa. Cores vivas, bem reais, gerando imagens nítidas. Linda. Confesso que no princípio me pareceu bem menor do que realmente parecia pelas imagens, entretanto, tenho que mencionar meu costume de mais de um ano com um iPad, cuja tela é de 10 polegadas.

Não demorou muito para que eu pudesse me acostumar com o tamanho. Me senti satisfeito. "Hora de colocar a versatilidade a prova em um jogo frenético, que careça de precisão", pensei.

Minha primeira experiência foi com ZombiU, da Ubisoft. Zumbis correndo de todos os lados para atacá-lo, e o controle mostrava em um mapa todo o arsenal do personagem, assim como "entregava" a posição dos inimigos próximos.

Era muito fácil trocar entre armas ao toque, e a mudança de inventário na tela com um arraste horizontal do indicador era precisa e dinâmica - como deve ser em um jogo do gênero. Os analógicos são ágeis, preciso e confortáveis. Senti que adaptaram-se bem aos meus dedos.



Após o primeiro contato direto com o controle apreciei minha felicidade, pois o console tinha passado pelo teste de fogo de toda nova plataforma, que é otimizar a experiência em jogos do gênero FPS. Já saí do primeiro estande aliviado e, novamente, muito satisfeito.

A próxima parada foi o teste do multiplayer em jogos mais tradicionais. Testei primeiro New Super Mario Bros. U e, logo em seguida, Rayman Legends, que estavam em estandes próximos. Olha, pelo que os fãs do bigodudo e seus games (que tenho como alguns de meus favoritos) me perdoem, mas a experiência que a Ubisoft criou em Legends é única, e talvez definitiva para o gênero.

Enquanto em Super Mario Bros. U o GamePad servia apenas como suporte aos jogadores, em Legends o controle permitia que um quinto jogador de fato entrasse na ação, tendo uma experiência única e diferente daquela tida pelos que testavam o jogo "regular". O título foi realmente pensado para ser jogado dessa forma, e as ideias tiradas do papel pelos desenvolvedores dão uma ideia de quão revolucionário o controle pode ser.



Fiquei chocado quanto testei esse game que, inteligentemente, reinventa o gênero plataforma para uma franquia que acreditava-se ter alcançado seu limite com Rayman Origins. Mais uma vez, é sempre bom estar enganado neste contexto.

Rayman Legends, que até onde sabemos é exclusivo para o Wii U, traz uma experiência que não pode ser recriada em outros consoles, colocando em xeque já no lançamento toda a line-up first-party da própria Nintendo. Juntamente a ZombiU, ele é um dos títulos mais promissores da plataforma.

Aliás, a Ubisoft vem mesmo mostrando-se interessada em ajudar a Nintendo a encaixar-se na próxima geração, com algumas exclusividades e futuras promessas que a deixam quite pelos games de qualidade duvidosa lançados para o Wii.

Outra surpresa agradável foi Assassin's Creed III que, embora multiplataforma, tem a versão do Wii U mais incrementada por causa do GamePad. A demo disponível na E3 não mostrou nada criativo na tela do controle, contudo. Muito menos integração entre as duas telas.

Mesmo assim, ver um game dessa complexidade, com gráficos em alta definição e níveis de detalhes jamais vistos em uma plataforma Nintendo causou uma sensação marcante. Já fiquei imaginando um Zelda no mesmo patamar, ou um novo jogo Mario 3D.

 Batman: Arkham City trouxe algum diferencial no que diz respeito à integração entre o GamePad e a tela da TV. Ver um mapa tão detalhado nas suas mãos ou utilizar todo o inventário do morcego como se o GamePad fosse um mini-computador do herói foi muito divertido. Graficamente, porém, o jogo não tinha nada que não se tenha visto em suas outras versões.

Na realidade, nenhum jogo trouxe gráficos que se equiparem ao que espera-se da próxima geração de consoles. Não tinha nada ali que não poderia ser feito em outras plataformas da atual geração. O diferencial mesmo era o controle, e as possibilidades que este oferece em termos de jogabilidade. Seja para o multiplayer (como no caso de Pikmin 3, Rayman Legends ou New Super Mario Bros. U) ou mesmo no single-player (como em ZombiU).

E por falar em possibilidades de gameplay proporcionadas pelo GamePad, me deixem ressaltar algo que se mostra realmente promissor para o público causal (e porque não para o público dito "hardcore"): Nintendo Land.



Quando o Wii foi lançado em 2006, Wii Sports foi o game que ajudou a exibir as possibilidades de seu novo controle, o então inédito Wii Remote. Aqueles minigames mostravam bem o que poderia ser feito por ele. Nintendo Land traz exatamente essa mesma proposta para o novo console: mostrar as possibilidades de gameplay proporcionadas pelo formato.

Para isso, a Nintendo juntou os Miis em um parque virtual temático de suas séries.



As ideias que a Nintendo implementou nesses minigames temáticos são impressionantes, com o destaque sendo o a empresa tem chamado de gameplay assimétrico.

Criar experiências diferentes para jogadores diferentes simultaneamente em um mesmo jogo é realmente uma sacada genial. Testei todas as demos disponíveis, e tenho convicção em dizer que Nintendo Land será uma das experiências mais divertidas criadas pela Nintendo até hoje.

A Ubisoft, como mencionado anteriormente, também fez bom uso desse recurso (jogabilidade assimétrica) em Rayman Legends, tal como o game Tank! Tank! Tank!, que diverte muito embora sofra de extrema simplicidade. Pikmin 3, por sua vez, ao menos na demo exibida à imprensa, não utilizava o GamePad de formas inovadoras. E apesar de o game estar bonito, achei também que ele carecia de algum cuidado em seus visuais. Mas ainda falta muito até seu lançamento.

O fato é que a line-up inicial do console é vasta e muito diversificada. Tem games para todos os gostos. Se você perdeu algum detalhe das novidades que estão vindo por aí, ou quer ver as informações de forma organizada e resumida, para mais próximo do lançamento estarei organizando com mais precisão os títulos que estarão disponíveis no primeiro dia.

Fique ligado no site para futuras novidades sobre o novo console, e tente não associar a qualidade da conferência da Nintendo com a eventual performance de sua nova plataforma. Como eu disse no início: a performance foi ruim. Mas, definitivamente, a canção é excepcional!


A seguir uma galeria de fotos exclusivas da conferência da E3 este ano que passou rápido, mas já me deixou saudades. O evento que é paraíso para qualquer jogador terá sua próxima edição apenas no ano que vem. Até lá muita coisa já terá sido lançada ou anunciada para a nova plataforma. Quem sabe também não seremos surpreendidos com um novo Zelda em HD, ou um Star fox pela Retro Studios. Ou um novo Battlefield pela EA. Ou um Mario da série principal, ou...
Quando Gênio, Shigeru Miyamoto surgiu ao palco a platéia foi ao delírio.

Aqui, Bill Trinnen, intérprete de Miyamoto de longas datas, ajuda o mestre nas demonstrações do novo controle.

Reggie Fils-Aime, o gigante amado/odiado pelos fãs por ser presidente da NoA.

Hora do Rango! Porque ninguém é de ferro, não?!

A touch do novo gamepad é muito diferente da touch do NDS ou 3DS. Isso porque, diferente dos portáteis da Big N que usam uma tela de toque, aqui, deslizar o dedo parece ser bem mais fácil.

Para otimizar uma experiência multiplayer, ou para as softhouses que não quiserem portar um game multiplataforma para o Wii U em função do GamePad, um controle mais tradicional.

Batman: Arkhan City ficou muito melhor com o uso de uma segunda tela.

Nova feature do jogo, possível por conta do gamepad.


Pikmin 3 está lindo! Pena usar a mesma engine das versões anteriores.

Super Mario Bros U será um game de lançamento. Será que vai chamar o público casual




Esse é o famoso RMC (barbudo). O descolado dono do site gonintendo.com.

Todd McFarlene... Pelos velhos tempos em que adorava seus desenhos nas revistinhas do Homem Aranha, não pude deixar de bater esta foto!