quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Análise não-Nintendo! Half Life 2

A Saga poderosa da Valve, protagonizada pelo físico teórico Gordon Freeman.


By Amauri Jr


Tenho um carinho especial por jogos do gênero FPS (First person shooter - atirador em primeira pessoa), mas venho percebendo que, na geração atual, o que mais se vê, é uma evolução gráfica dos jogos. Poucas idéias novas são acrescentadas. É só pegar a saga Call of Duty para exemplo, de modern warfare até black ops que você entenderá o que estou tentando dizer. Ou mesmo a franquia Halo que não mudou muito desde o primeiro jogo até o mais recente Halo Reach. Não que esses jogos não sejam bons, mas acrescentam pouco ao gênero. Pois bem, com Half-Life 2 da Valve, A coisa foi bem diferente. Lançado em 2004, o game trouxe diversas inovações ao gêneros que hoje não foram superadas. Aclamado pela crítica, vencedor de vários prêmios, inclusive GOTY 2004 (jogo do ano - 2004), a aventura de Gordon Freeman é um marco na história dos video games que será lembrado para sempre.

Plataformas: PC, PS3 e X-box 360
Produtora: Valve Ano de Lançamento: 2004

Para entendermos melhor as peculiaridades da série, vamos relembrar como tudo começou, em Half Life.


O enredo por trás do primeiro jogo é, no mínimo, interessante. Um grupo de cientistas realiza pesquisas de alta complexidade envolvendo portais e dispositivos de tele-transporte. O trabalho deles é focado no tele-transporte de partículas materiais pelo
espaço-tempo, tudo é feito num laboratório civil e militar conhecido como Black Mesa, no deserto do Novo México. Durante um experimento, provavelmente um erro de cálculo, eles provocaram um fenômeno conhecido como “cascata de ressonância”, e as consequências desse fato foram catastróficas. Acidentalmente um portal para um planeta alienígena chamado XEN surgiu no laboratório e várias criaturas adentraram matando todos ali presentes. Gordon Freeman, um dos cientistas do grupo, conseguiu escapar vivo do Black Mesa e descobre que o líder dos XEN, uma criatura conhecida como Nihilanth, está mantendo vários portais abertos no mundo todo. Freeman consegue exterminá-lo. O que ele não sabia é que a criatura controlava, de alguma forma, a abertura e fechamento dos portais que, por isso, ficaram descontrolados, facilitando a entrada dos Combines. A invasão em massa deixou o planeta sitiado. Foi o dia em que a humanidade sucumbiu. Os eventos seguintes são vislumbrados na continuação do game, Half Life 2, que será analisado a seguir:

A História:

Half-Life 2 começa com Gordon Freeman, o protagonista da série, sendo levado à cidade 17, onde ocorre toda ação do jogo. Ao que parece, Freeman foi levado à cidade pelo G-man (o homem misterioso da série half-life) para realizar uma importante façanha, que mudará o destino de toda a humanidade. Vale ressaltar que se passaram muitos anos, desde o incidente com os portais, em Black Mesa (half-Life). Apesar disso tudo, Freeman não aparenta ter envelhecido nem um pouco. A lógica é de que Gordon ficou aprisionado no espaço/tempo por um período de 20 anos, pelo G-man, por motivos não explicados até então.

A cidade em questão é uma espécie de cidade-prisão para os humanos, onde são monitorados a todo o momento por mini-robôs voadores com câmeras para evitar qualquer tentativa de fuga. Para reduzir a zero qualquer chance de rebelião, além da vigilância robótica, as pessoas são proibidas inclusive de conversar umas com as outras, sob a punição de tortura e até mesmo morte! Para evitar que os humanos se multipliquem, diminuindo ainda mais as chances de um contra-ataque da humanidade, os combines instalaram um campo que bloqueia a fertilidade das pessoas. Apesar de todo cuidado por parte dos alienígenas sua fortaleza não é impenetrável... Dentro da cidade, disfarçado entre os combines, há membros da resistência. Freeman é levado a uma sala onde o infiltrado, Barney Calhoum, é revelado. É aqui que o jogo realmente começa! Com as coordenadas de fuga, Gordon inicia sua jornada e começa a ser perseguido pelos COMBINES com toda horda disponível. Sua missão a princípio é deixar a cidade e encontrar-se com os líderes da resistência: Eli Vance (e sua filha Alyx vance) e o doutor Kleinner para organizar um contra-ataque da resistência.

Gráficos:

Half-life 2 foi lançado para PC em 2004 e, ainda hoje, mais de 6 anos depois, tem efeitos de iluminação e texturas impressionantes. Os efeitos de água ainda são modernos e, aliados aos níveis de detalhes artísticos dão uma outra dimensão ao game. A modelagem dos personagens é suave, os cenários são muito variados e alguns bem vastos. O design de fases é lindo e tem riquezas generosas de detalhes pra entusiasta algum botar defeito. É possível verificar buracos nos tijolos de algumas paredes, marcas de balas e pichações variadas ao longo das fases. Comparando-se os gráficos com jogos mais atuais do gênero em consoles, como Halo Reach ou Modern Warfare 2, Half-life 2 não fica obsoleto. É uma forte evidência de que o game, nesse aspecto, estava à frente de seu próprio tempo.

Gameplay:

O gameplay de Half life 2 é um dos mais complexos do gênero. A maior parte do game você segue a pé em fuga pela cidade. Os inimigos são os soldados COMBINES que, com a ajuda dos mini-robôs voadores, te localizam pelo cenário em vários momentos do jogo. Os antilions também são inimigos que merecem destaque. São insetos gigantes que aparecem em regiões com solo fofo, como os ambientes nas proximidades da praia. A batalha contra os STRIDERS será épica e, para não estragar a surpresa não os descreveremos neste texto. A variedade de armas para enfrentar os inimigos não é tão grande, se comparada a outros FPS. Você começa com um pé-de-cabra (que permite desde atacar os inimigos até quebrar caixotes e cercados de madeira), passando por uma pistola convencional, metralhadora, uma Magnun, Shotgun, um Crossbow (que arremessa pedaços de ferro quentes) e uma espécie de metralhadora-rifle que usa tecnologia alienígena para efetuar disparos de balas convencionais e bolas de energia que atomizam os inimigos. O armamento do jogo seria modesto se não fosse por uma arma impressionante e muito criativa: A “zero gravity gun”. Este pequeno artefato mostra grande parte do potencial da física newtoniana que envolve todo o game. É possível atrair objetos menores para a arma e arremessá-los contra inimigos. Experimente arremessar barris inflamáveis para ver o que acontece! Uma explosão causa perturbações no ambiente que balança objetos no cenário, como na vida real. Os efeitos que simulam a física do jogo estão impecáveis. Você pode matar os inimigos com um pedaço de árvore, pedras, mesas de madeira ou vigas de ferro. Uma serra circular de mercearia arremessada pode dilacerar vários inimigos ao mesmo tempo, causando um impacto majestoso na ação do game.

Áudio:

O Audio do jogo também merece destaque. Os efeitos técnicos sonoros estão muito bem trabalhados e dão uma atmosfera única ao game. Os gritos de zumbis quando em chamas em agonia é fantástico! E como não mencionar aquele alarme que soa quando chegam reforços alienígenas ou quando o helicóptero se aproxima, ou mesmo a corneta que anuncia os Striders? As dublagens também são outro ponto positivo no game, que não deixa nada a desejar. O único detalhe é que Gordon Freeman continua mudo. É difícil entender as intenções da Valve nesse sentido, mas, apesar disso, não dá pra dizer que o personagem não tem personalidade. Os diálogos ganharam mais ênfase para compreensão da história e, nesse aspecto, nota 10 para o jogo. As músicas são bem coerentes com a ação do game. Em momentos mais frenéticos a trilha muda radicalmente, fazendo com que o jogador sinta a emoção do calor da batalha.

Veredicto:

Half-life 2 é obrigatório para fãs do gênero e uma boa opção para quem curte jogos bem elaborados. É relativamente longo e nem um pouco cansativo. Não é a toa que este é um dos jogos mais bem conceituados na história dos vídeo games.

Recomendação: 100%

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